Memoriagua – Memória Das Águas E Resistência Camponesa  

 

O projeto se propôs a revisitar a construção simbólica da memória do semiárido cearense, enquanto espaço povoado por secas, dor e  sofrimento, o qual é alimentado e serve à indústria da seca. Para se contrapor a esse imaginário, contou-se  e cantou-se a Memória das Águas desconstruindo a  imagem do Ceará, como Estado mais seco do nordeste, revelando nesse percurso, as estratégias políticas e econômicas, na privação do acesso água para maioria da população, de forma a desvelar que o Ceará tem a maior concentração de reservatórios hídricos do nordeste.  

 

 

 

Sobre o projeto

O ciclovida se torna ao longo do tempo uma rede de atuação nos campos sócio artístico, cultural  econômico e ecológico, permeado pelos mais diversos segmentos sociais, agregando   gerações. Constituindo-se num território de enfrentamentos, pleiteando um  projeto político cultural de contestação às formas dominantes de uso da natureza como mercadoria e a denúncia de  todas as formas de preconceito e violência. Podemos afirmar que o ciclovida é uma comunidade global. Nasce no assentamento Barra do Leme  e atravessa as fronteiras geográficas do território. Suas práticas agroecológicas e pedagógicas, suas produções artísticas têm alimentado os vínculos comunitários e os processos de transmissão de saberes, bem como, promovido intercâmbios e trocas entre pessoas e organizações de vários lugares do Brasil e de outros países.

No cotidiano  alimentado pelo cordel, o teatro e a música e pelas brincadeiras de roda,  as restrições impostas pela pandemia interromperam  esse fluxo de vida comunitária  e  cultural. O camponês se recolheu a sua casa e se viu frente a frente com uma pandemia e com uma conjuntura política que avançava de forma atroz e violenta sobre seus corpos e territórios. Nesse período de isolamento social, marcado pelo medo e incertezas, a comunidade Barra do Leme, por meio do Coletivo Ciclovida, sentiu a necessidade de contar, fazer poesias, e músicas  sobre o semiárido e a mais recente experiência de tecnologia social desenvolvida localmente na relação com  a terra e a água – Rebrotando Olhos Dágua, projeto de  recuperação dos olhos de água do assentamento e de preservação da caatinga. 

Nesse contexto o Ciclovida propôs o Projeto MEMORIAGUA- Memória das águas e resistência camponesa, que trouxe a proposta de um processo formativo em cordel e musicalização, cuja  culminância reuniu a criação poética dos participantes num micro espetáculo poético musical. Realizando-se também o documentário  Rebrotando Olhos d’água; Festival Ato/Show com apresentações virtuais e lançamento da produção artístico-estética resultante do processo formativo;  debate-live sobre a situação da água no nordeste e as perspectivas para o futuro.

 

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Atividades da Rede de Arte e Cultura na Reforma Agrária

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